quarta-feira, janeiro 26, 2005

Os eleitores, os tótós

Nunca gostei de pessoas que nos tomam por parvos. Pessoas que exteriorizam uma "esperteza saloia", pretensamente intelectual e sabida, e no fundo nada mais fazem do que tentar enganar terceiros para dai retirarem qualquer tipo de dividendo. É por isso que não gosto do Santana Lopes, do Paulo Portas, do Louçã e do Sócrates (o Gerónimo não engana ninguém, coitado, nem consegue fingir que é inteligente).

Cingindo-me ao Sócrates, este parece que quer ir pelo mesmo caminho do Santana Lopes e além de se andar a contradizer, anda a vender qualidades que não possuí. Aproveitando o facto de haver, dentro do PSD, quem já se esteja a colocar na "grelha de partida" para a sucessão ao líder, Sócrates veio dizer que isso no PS não acontece porque existe lealdade e todos estão unidos em torno do líder. Ora, esses "todos", nos quais ele se incluí, também estavam juntos em torno do Ferro Rodrigues e no dia em que este hesitou comeram-lhe a carne, roeram-lhe os ossos e cagaram-no logo a seguir para que não fizesse mal ao ôrganismo.
Portanto, não venham agora vender qualidades e princípios que num passado muito recente já provaram não ter.

Uma palavra final para um tal de "Conselho Económico do PS" formado por pretensas individualidades na área da economia. Digo "pretensas" porque quem profere determinadas afirmações deve ter noção que nada sabe sobre o assunto ou então ignora os seus conhecimentos em prol dos superiores interesses do partido (tão comunista, esta afirmação).
Estes senhores vieram dizer que o programa eleitoral do PSD pressupõe que o país irá ter um crescimento anual na ordem dos 6%. Ora, isto, que até pode ser verdade, é logicamente surrealista. Agora, onde estavam estes senhores quando o Sócrates prometeu arranjar 150.000 novos postos de trabalho durante uma legislatura? É que utilizando o mesmo método é possível aferir que para tal ser uma realidade Portugal teria de crescer, durante uma legislatura, a uma taxa anual de 4,3%, ou seja, é uma meta tão irreal como os 6%.
Onde estavam estas individualidades nesta altura? Não nos tomem por burros, se faz favor. Mintam com inteligência.

quinta-feira, janeiro 20, 2005

D. Nuno, o Coitado Desejado


Se há pessoas ridículas na sociedade politica portuguesa, Nuno Cardoso tem, necessariamente, de fazer parte desse grupo.
Primeiro diz que começou por ser convidado pela PJ para prestar declarações (“ó Nuno estás bom? Queres vir cá amanhã prestar umas declarações ou não te dá muito jeito? Pode ser? Então aparece à hora que te causar menos inconvenientes.”), e não notificado como pode acontecer a qualquer cidadão, e depois de ter sido constituído arguido pelos seus anfitriões, descambou para a palhaçada.
Marca uma conferência de imprensa para dizer que está a ser perseguido (será outra cabala?) porque está à frente de Rui Rio nas sondagens que o colocam como candidato do PS à Câmara Municipal do Porto.

Entretanto, soube-se de fonte privilegiada e confidencial, que esta sondagem a que ele se refere foi realizada entre os dias 5 e 15 de Janeiro, em sua casa, tendo Nuno Cardoso recebido os votos favoráveis da mulher e um dos filhos. O outro filho absteve-se e o cão votou a favor do Rui Rio (desde o dia em que a sua casota foi envolvida num negócio imobiliário com a família Ramalho, nunca mais gostou do dono).

Neste país, onde a corrupção nas autarquias abunda, cada vez que um (ex) autarca é apanhado, diz que está a ser vítima de uma conspiração e a culpa é sempre de alguém que não ele. Lembram-se da Fátima Felgueiras?

terça-feira, janeiro 18, 2005

Vistos do outro lado do Atlântico


Apesar das devidas reservas que se devem fazer a este artigo publicado na imprensa brasileira, é lamentável que a nossa classe politica (independentemente da veracidade ou não dos factos) seja reconhecida no estrangeiro, não pelas suas valências profissionais mas pelas suas tricas de foro pessoal e intimo que acabam por ser, infelizmente, aquelas que realmente relevam perante tanta falta de qualidade politica.

Será que conseguimos imaginar um artigo desta natureza sobre o Cavaco, o Soares, o Freitas ou o Cunhal?

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Make love, not war

Soube-se hoje que, durante a ultima guerra contra o Iraque, os EUA poderaram a utilização de uma "bomba sexual". Não, não queriam pôr a Pamela Anderson a correr nua no deserto de encontro às tropas iraquianas. Esta bomba é, segundo os próprios, uma bomba quimica de carácter não nocivo que depois de explodir liberta um gás que quando inalado pelos soldados iraquianos os faria apaixonarem-se uns pelos outros. Deste modo seria ainda mais fácil derrotar este exercito porque os seus efectivos estariam dedicados a outras guerras que não aquela.

Acreditando na existência deste gás, imagino como devem ser doentes as cabeças daqueles que, conhecendo os seus efeitos, tiveram a ideia de o transformar numa arma de guerra. Não devem conhecer o conceito "sexo" e as boas consequências que ele encerra em si mesmo.

P.S. Ao escrever este texto, e na sequência do post anterior, lembrei-me do que se passou na prisão de Abu-Graid. Será que existe algum nexo de causualidade?

Top +


A "Human Rights Watch" considerou que os mais graves atentados aos direitos humanos cometidos durante o ano passado aconteceram em Darfur (Sudão), Guantanamo (Cuba) e na prisão de Agu-Graid (Iraque). Estes crimes foram perpetrados por um ditador africano (à moda dos anos 70) e, os dois ultimos, pelo exercito do EUA, país que se considera o baluarte dos direitos humanos e das liberdades individuais.

Não sei se é o mundo que está cada vez pior ou se somos nós que temos, hoje, mais informação mas seja como for estes casos são exemplos puros do nível a que chegou a podridão humana.
E com a conivência da comunidade internacional, convém realçar.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Ano novo, vida velha

Com um ano novo inteiro à nossa frente para estrear, os politicos da nossa praça tem-se esforçado muito para que este não corra melhor que 2004, senão vejamos:

- O Presidente da República depois de ter dissolvido a Assembleia da República onde existia um Governo com maioria, vem agora defender a alteração da nossa lei eleitoral para que esta facilite a existência de Governos de maioria. Esta proposta vinda dele chega a ser ridícula. Ou então só visa influênciar as próximas eleições legislativas e favorecer o voto útil no PS;

- Lamentável as listas que os dois maiores partidos apresentaram para as próximas eleições legislativas. Em deterimento de politicos de qualidade e com provas dadas na AR, surgem em lugares elegíveis pessoas que nunca estiveram nestas lides e que foram convidadas somente por terem uma certa relevância em outras áreas que não a politica ou pelas ligações familiares que têm a personalidades ilustres da nossa sociedade;

- O Ministro Sarmento vai a São Tomé e Príncipe e esta viagem torna-se numa das maiores problemas da nação porque, alegadamente, terá utilizado dinheiros públicos para realizar prazeres privados. Como não temos problemas realmente importantes para enfrentar, estas questões ganham uma dimensão anormalmente relevante;

- O lider do maior partido da oposição, e potêncial próximo 1.º Ministro, assumindo uma postura de Estado e responsável diz que não promete o Paraiso aos portugueses. Logo a seguir diz que criará, durante a legislatura, mais de 150.000 novos postos de trabalho. Espero que não sejam boys que ele irá colocar no aparelho estatal;

- O PCP desafia o PS, no caso deste vir a ser Governo, que revogue o Código de Trabalho e o substítua por outra lei que, "mesmo que sob a forma de código" (??), defenda melhor os interesses dos trabalhadores. Mesmo que sob a forma de código? Porquê? Eles têm alguma coisa contra os códigos? A seguir propõem o quê? A revogação do Código Civil que está em vigor desde 1966? Eu cá para mim proponha ao PS que revogasse o PCP;

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Rua Professor, rua!


Com a recusa em aparecer nos cartazes da pré-campanha do PSD, Cavaco Silva indignou algumas das mais iluminadas cabeças do partido. As distritais e o burgomestre Alberto João Jardim vieram propor que o Professor abandonasse o PSD. Acho curioso este tipo de atitude para com o ex-lider que eles tanto veneraram e que fez mais pelo partido e pelo país em um mês do que estes caramelos fizeram, todos juntos, numa vida.

Ou então são os seus recalcamentos de inferioridade que se estão a exteriorizar e faz com que eles desejem afastar aqueles que possuem uma grandeza intelectual e politica que eles tantos invejam e sabem que nunca irão atingir. Se o Cavaco Silva for afastado eles sentir-se-ão melhores. Afinal de contas a companhia do Santana Lopes, José Luís Arnaud, Sarmento e outros tais não inferioriza ninguém.

País de ciganos


Cuidado, é cada vez mais vulgar levar uma facada nas costas. Cada vez que alguém se lixa começa logo a dizer que levou uma facada nas costas.
Parece que somos um país de ciganos (ou italianos que também têm o mesmo hábito) e andamos todos com navalhas nos bolsos para a eventualidade de termos de nos defender ou tramar alguém.

Por outro lado, esta constatação revela a pouca inteligência de certas pessoas da nossa praça que viram as costas a alguns dos mais falsos seres humanos que caminham sobre a terra: os politicos de carreira.
Se fossem mais inteligentes, não tinhamos de os estar a ver sempre a queixar que tinham levado uma facada nas costas. Poderiam dizer que levaram uma facada no peito, no estômago, no braço ou na perna.

Sempre era mais interessante.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

A má companhia


Cavaco Silva não autoriza o PSD a utilizar a sua imagem na campanha pré-eleitoral e com isso trouxe mais um problema ao partido. É que já tinham sido feitos outdoors que utilizavam a imagem do professor e agora eles só vão servir para forrar caixotes do lixo.

Esta noticia chamou-me à atenção por três motivos:

- Primeiro pelo facto do PSD encomendar outdoors sem ter a preocupação de obter a autorização prévia daqueles cuja a imagem deles fazem parte. Tipico do actual lider.
- Depois pelo facto de, pela disposição das imagens, Pedro Santana Lopes se encontrar numa situação de paridade com Cavaco Silva. Ora isto claro que coloca em causa a imagem deste ultimo e ele faz muito bem em não permitir que isso aconteça.
- Por fim, a inscrição "ninguém fez mais por Portugal", que será verdade no caso de alguns cuja a imagem é utilizada mas não, seguramente, Pedro Santana Lopes. Neste caso deveria aparecer "ninguém fez mais mal a Portugal".

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Balanço

Agora que findou o ano de 2004, fiz um pequeno e não exaustivo balanço do que passou neste ano e resolvi eleger as pessoas/entidades que, por aquilo que alcançaram (ou não) merecem uma menção positiva ou negativa este ano. Tentei que nesta escolha não imperacem quaisquer tipo de critérios de simpatia mas sim de objectividade, e a sua disposição é meramente alienatória.

Os melhores deste ano foram:
- Durão Barroso: Independentemente do seu desempenho como chefe de Governo português, foi nomeado para um cargo que prestigia qualquer pessoa e que será ambicionado por qualquer politico de carreira;
- José Mourinho, e consequentemente o FCP: Pela carreira brilhante que teve na época passada e cujas qualidades estão agora a ser demonstradas em Inglaterra. Ame-se ou odeie-se, temos de admitir as suas qualidades como treinador de futebol;
- George W. Bush: Quando se desempenha as funções que ele desempenha, toma as decisões que ele toma, gera a polémica que lhe são inerentes e depois vê a sua politica ractificada de uma forma tão clara pelo seu eleitorado, tem de ser uma das personalidades do ano;
- Luiz Filipe Scolari: Mais do que o titulo de vice-campeão da Europa (ainda sinto uma sensação agridoce a escrever isto), a forma como mobilizou o país em torno da selecção foi brilhante. Há muitos séculos que os portugueses não estavam tão massivamente mobilizados em prol da mesma questão;
- Gerónimo de Sousa: Quando um homem com as suas origens, e nos dias de hoje, atinge o estatuto lider de um dos maiores partidos portugueses, esse facto deve ser realçado. Eu sei que é o PCP com as suas particularidades, mas a verdade é que ele acabou por ser eleito.

Os piores deste ano foram:
- Pedro Santana Lopes: Atingiu um dos patamares que sempre ambicionou e teve a oportunidade de fazer obra e calar todas as vozes que ao longo dos anos o têm chamado de "incompetente, imprevisível e inconstante". Não o fez e acabou por dar razão a essas mesmas vozes;
- Pinto da Costa: O seu envolvimento no processo "Apito Dourado" vem comprovar que, possivelmente, tudo aquilo que foi dito acerca da sua pessoa ao longo dos anos e do qual ele sempre se defendeu com o seu cinismo e sarcasmo, pode ter um fundo de verdade. Agora não há cinismo ou sarcasmo que o possa ajudar. A sua defesa deve ser clara e inequívoca. Julgo que é o principio do fim de um reinado.
- Major Valentim Loureiro: Pelo envolvimento no mesmo processo, e com as medidas de coacção que lhe foram impostas, pode vir a ser o primeiro politico da sua classe (popularista, espalha brasas, corrupto e vigarista) a ser colocado atrás das grades. Espero que outros venham a ter o mesmo fim. Agora, também ele, terá de falar menos e dizer mais se quiser escapar aos factos que lhe são imputados;
- Partido Democrático Americano: Quando se combate George W. Bush de uma forma tão insipida (tendo este tantos telhados de vidro) a derrota é um preço elevado e, pior, que sabe a incompetência. E o mundo paga a factura;
- Bagão Félix: Depois de ter deixado uma imagem positiva enquanto Ministro do anterior Governo, Bagão Félix sai com a imagem muito desgastada do cargo de Ministro das Finanças (quem não sai?). Mas esta menção prende-se, não só com esse facto mas essencialmente pela incoerência e visível falta de rumo que teve durante estes ultimos meses. E ainda por cima deixou-se embrulhar nas confusões do Santana Lopes.