quarta-feira, junho 29, 2005

Dê-se amendoins à esquerda

Depois de uma fase inicial do seu mandato em que inexplicavelmente pretendia agradar à esquerda, o Governo fez do aborto quase que um desígnio nacional em deterimento de outras questões, a meu ver, muito mais permentes.
Quando, finalmente, foi obrigado a tomar medidas que visam combater a difícil situação económica em que o nosso pais se encontra, o Governo viu a contestação alastrar aos mais variados sectores da nossa sociedade e viu, também, os partidos ou entidades (essencialmente) da esquerda virem para o palco da rua e da comunicação social mobilizar o maior número de pessoas para as suas causas (e contra o Governo, claro).

Então, para atenuar este cenário antes que ele se torne catastrófico para as eleições autarquicas que se aproximam (correm o risco de não voltar a ganhar em nenhuma das 3 cidades mais importantes do pais), um qualquer estratega "brilhante" do PS resolveu trazer para a ordem do dia e como uma das prioridades do Governo uma questão que, pensava eu, estaria momentaneamente esquecida: o aborto.

Face a esta intempestividade só posso concluir uma coisa: o Governo quer calar a esquerda e as suas contestações. Só que esta questão do aborto não vai ter grandes desenvolvimentos e ficará, mais uma vez, guardada na gaveta como um trunfo para apresentar da próxima vez que houver contestação às suas politicas. Esta falta de respeito leva o Governo a tratar o aborto como amendoins e a esquerda como macacos: para calar os segundos atiram-se-lhes os primeiros.

sexta-feira, junho 24, 2005

quinta-feira, junho 23, 2005

Cada vez mais quente

Como se já não bastasse este calor sofucante, os policias, os professores, os juizes, os funcionários judiciais, os trabalhadores dos transportes públicos, etc., toda a gente resolveu aquecer um bocadinho mais o ambiente. Até os sacanas dos incendiários já se andam a manifestar.

Prevejo um longo e quente Verão em Portugal.

segunda-feira, junho 20, 2005

Pitósgas com insolações


Parece que afinal não existiu nenhum arrastão em Carcavelos. Existiram alguns (poucos) assaltos e a grande confusão que esta e outras imagens retratam resultou da fuga precipitada dos veraneantes que se assustaram. Aliás, aqueles que vão a fugir com sacos nas mãos são, na sua quase totalidade, os donos dos respectivos.

Consequentemente, parece que o corpo de intervenção da PSP não compareceu no local (afinal de contas eram necessários para quê?) e nem a marginal foi cortada ao trânsito. Aqueles que dizem o contrário foram vitimas de uma alucinação originada por excesso de sol na cabeça (são conhecidos os malefícios deste sol mas mesmo assim o povo não se previne).

Quanto aos outros, como eu, que viram o sucedido pela TV, são pitósgas. A crise económica que afecta o pais não nos permite ir às consultas de oftalmologia que necessitamos e, como tal, "não vemos um boi" ou, no caso em concreto, vemos mal.

Detesto a Ferrari

Na ultima prova de F1 realizada em Indianáplois (EUA), a Ferrari abstraiu-se dos problemas surgidos com as equipas que utilizavam pneus Michelin e participou na corrida. Apesar de utilizar pneus Bridgestone, era bonito a Ferrari não participar para não sair favorecida face aos seus concorrentes directos no campeonato.

Se isso tivesse acontecido, teriamos tido o 1.º português a ganhar um grande prémio de F1, seria feriado nacional na 2.ª feira, os comentadores continuariam a dizer que ele tem estado a fazer uma "época fabulosa", qualificando-se sempre entre os 3 primeiros (a contar do fim, claro), e para o ano o Tiago Monteiro seria agraciado com uma medalha no 10 de Junho. E isto tudo não aconteceu por culpa da Ferrari. Detesto-os.

sexta-feira, junho 17, 2005

Criminalidade versus Racismo

Na sequência dos incidentes ocorridos a semana passada na praia de Carcavelos fez-se um sem número de observações das quais eu fiquei à parte porque falta de disponibilidade para vir para aqui postar. Não vou agora debruçar-me sobre o assunto mas a manifestação que vai haver amanhã no Martim Moniz leva-me a fazer algumas considerações.

Não sou daqueles que tem algum receio de manifestar a sua verdadeira opinião sobre o assunto com medo que lhe chamem racista. Sem me alongar muito posso dizer que quando revejo mentalmente aquelas imagens que passaram na televisão, as primeiras duas coisas que me vêm à cabeça é gasolina e um fósforo e mais não digo para não chocar certas pessoas.

Também não concordo com aqueles que perante factos daquela gravidade resolveram fazer pseudo-análises sociológicas que imputam à nossa sociedade a existência de marginais daquela natureza. Por essa ordem de ideias, essa teoria seria válida para todos os criminosos, independentemente da raça, credo ou motivação, e levar-nos-ia a tolerar estas situações porque, no fundo, a culpa não é (só) do criminoso mas também nossa porque criamos uma sociedade que o marginaliza.
Ou seja, tretas.
Aqueles animais que vimos na televisão não prestam. O facto de serem criados no Sudão, em Portugal ou na Suécia não altera significativamente a sua maneira de estar na vida. Acredito que se lhes fossem facultadas oportunidades melhores de vida, quando muito, adiariamos um problema que eles inevitávelmente acabariam por criar quando algo lhes corresse mal (como corre de vez em quando a qualquer pessoa).

Perante isto, só faltam mesmo aparecerem os grupos de extrema direita, como a Frente Nacional (FN), que, ao abrigo de uma boa causa, como o combate da criminalidade, tentam difundir e reforçar os seus ideais aberrantes e a sua veneração a um mentecápto assassino como Hitler. É curioso que indivíduos que perseguem e agridem pessoas na rua (como fazem no Bairro Alto, em Lisboa) em função da raça destas ultimas e às vezes nem isso, agridem por agredir os que tiver o azar de se cruzar com eles na rua, é curioso, repito, que estejam agora tão empenhados em combater a criminalidade. E inocentemente vão manifestar-se para a zona de Lisboa que é mais frequentada por emigrantes, na sua maioria de origem africana e asiática. Aqueles rapazes estão, nitidamente, bem intencionados.

Uma palavra final para a Governadora Civil de Lisboa que autorizou esta manifestação. Diz esta senhora que o pedido de autorização não foi subscrito por nenhuma entidade de extrema direita, nomeadamente, a FN. Foi subscrito sim, continua ela, por 3 cidadãos a titulo individual. Esqueceu-se foi de dizer que que assinou essa petição foi o Chico "Careca", o Manel "Biqueira de Aço" e o Beto "Navalhadas".
Realmente, a forma de funcionamento de muitas das nossas entidades públicas é surreal e irresponsável. Esta senhora ainda acredita no Pai Natal e que não deve tomar banho enquanto estiver com o período sob pena de ficar estéril.

segunda-feira, junho 13, 2005

O politico e o poeta

O tempo para vir cá não tem sido muito mas hoje era inevitável: morreram Álvaro Cunhal e Eugénio de Andrade. Poucas vezes na nossa história tivemos um dia em que, ao mesmo tempo, desaparecessem dois vultos que tanto deram de si a Portugal.

Álvaro Cunhal foi uma figura incontornável do século XX. Mesmo para aqueles que não partilhavam as suas ideologias, e muitas vezes métodos, como é o meu caso, sempre senti por ele uma certa admiração. Pela sua inteligência,convicções e coerência era uma homem diferente. Foi o único politico com o qual não partilhei ideais mas que, sempre que pude, fiz questão de ouvir falar (ao contrário de outros que me faziam, e ainda fazem, impressão nos ouvidos). Relembro, ainda, o homem multifacetado que viveu para além da politica e nos deixa também uma obra literária e uma obra plástica como legado.

Quanto a Eugénio de Andrade, foi "só" o mais importante poeta português do século XX a seguir a Fernando Pessoa. Foi um homem predestinado para a poesia, e nem as suas origem rurais num Portugal ancestral foram o bastante para o impedir de se revelar como um dos mais importantes, creio que sem exagero, poetas da história de Portugal.

A ambos presto a minha singela homenagem e digo obrigado.

quinta-feira, junho 02, 2005

Faz o que eu digo......

Hoje veio a público que o Governo está a ser pressionado por ilustres deputados (sem qualquer pingo de vergonha) de todos os quadrantes politicos para recuar na sua pretensão de retirar regalias a essa classe, nomeadamente, as reformas vitalicias. Presumo que com o intuito de nos tranquilizar, o Ministro da Finanças veio dizer que o Governo não vai alterar nenhuma medida que pretenda aplicar mas realçou que ainda nada está decidido porque o assunto está a ser estudado.

Boa. Agora é que eu fiquei tranquilizado.

quarta-feira, junho 01, 2005

Reformou-se


Pois é, o homem reformou-se. Foi hoje publicado em Diário da República que Alberto João Jardim passou à reforma e por esse facto vai começar a receber a sua reforma de, sensivelmente, € 4.000 por mês. Mas não tenham ilusões: ele não vai deixar a actividade politica, pelo contrário, por não haver incompatíbilidade vai continuar a exercer todos os cargos politicos que possui.

Em bom rigor, é mais um a acumular receitas de várias naturezas sendo que todas elas saem do erário público, ou seja, dos nossos impostos.