Os intocáveis

É sabido que há várias pessoas na nossa praça que se comportam como se de intocáveis se tratassem. E o comportamento que adoptam por vezes parece que lhes dá razão.

Ontem, o carro de uma dessas pessoas, de seu nome Jorge Nuno Pinto da Costa, concerteza com a sua conivência senão com o seu mando, atropelou em frente a um Tribunal, com dezenas de testemunhas e policias presentes, um reporter de imagem.

Tendo sido mandado parar por um agente da autoridade, o condutor fez orelhas moucas - mais uma vez com a conivência e, quiçá, a mando do dito senhor - e fugiu do local.

À posteriori chega a versão oficial, dada nas instalações do FCP, que o condutor não se apercebeu do atropelamento nem da ordem para parar o carro, como se isso fosse uma desculpa plausivel para o ocorrido. Agora vamos aguardar pelas consequências (se as houver) deste acto ou confirmar aquilo que eu disse anteriormente. Há pessoas a quem tudo é permitido.

Se tudo isto passa impune, todos nós passamos a ter o precedente de puder fazer ouvidos moucos às autoridades e podemos justificar os crimes praticados (pois é de um crime que estamos a falar) com frases como "não vi" ou "não ouvi".

Nestas alturas lembro-me sempre da "República das Bananas" do Guterres.

O homem não existe

Mesmo eu que não sou um ferveroso adepto de atletismo não deixei de me impressionar com a final dos 100 metros, ontem, em Berlim. Ver Usain Bolt correr aquela distância daquele modo, leva-me a questionar até onde vai a capacidade do corpo do ser humano. Partindo parado, ele perfaz 100 metros em 9,58´´.

Há 15 anos atrás discutia-se essa questão quando se via Ben Johnson bater Carl Lewis. Isto até se descobrir que o primeiro estava dopado. Com este tempo, Bolt faria "gato sapato" de qualquer um desses dois e sem doping (ou pelo menos não motivos para crer nisso).

Onde estaremos daqui a 15 anos? 9,30´´? 9,20´´? Haverá, então, alguém que faça "gato sapato" de Bolt?

A profecia de Guterres

O nosso PM disse hoje, em Amarante, que está muito contente por Portugal ser dos primeiros paises a sair da recessão técnica.

Afinal a profecia de Guterres, proferida em 2001, quando disse que Portugal seria dos primeiros paises a sair da crise económica, pode estar para se concretizar.

É um facto que desde 2001 a generalidade dos paises saiu da crise e voltou a entrar em outra, enquanto nós, coerentemente, sempre nos mantivemos em crise e com sucessivos pedidos de sacrificio aos cidadãos contribuintes, mas isso é outra questão.

O que importa é a profecia.

Em ano de eleições, aguarda-se pela de Sócrates que chegará inevitávelmente mas que se espera demore menos tempo a se concretizar.

Preparados? Nem pensar.

Nunca fui um adepto do Carlos Queiróz e faço questão de mencionar isso antes de escrever o seguinte:

Este seleccionador insite em fazer jogos amigaveis contra equipas da 4.ª divisão europeia tentando, deste modo, capitalizar eventuais goleadas para moralizar a equipa e, quiçá, proteger-se a si próprio.

A verdade é que eu vejo os nossos adversários directos jogarem contra equipas que dão luta e nós jogamos contra amadores ou quase (o nosso adversário de ontem tinha jogadores titulares que jogam na 2.ª divisão da Noroega? Isso deve ser o equivalente aos nossos distritais).

Agora que voltamos a ter um seleccionador "do sistema" - apesar de todos os insucessos ainda não se ouviu nenhuma contestação daqueles que mandam no futebol nacional e, consequentemente, "no sistema" - portanto, e para muita tristeza minha estou convicto que não vamos ao Mundial de 2010, e como o seleccionador mesmo assim não se vai demitir (senão iria para onde?) também acabaremos por não ir ao Europeu de 2012.

Em bom rigor, com estas pessoas à frente dos destinos da selecção, os sucessos desportivos da equipa de todos nós não são o mais importante. Outros interesses se levantam.