terça-feira, maio 31, 2005

O Não francês

Por mais que se tente desdramatizar estes resultados do referendo francês, face à importância que a França tem na UE e a forma inequívoca como o "non" venceu, estamos perante uma situação muito grave. E é muito bem feito.

Antes de mais quero deixar bem claro que eu sou a favor da UE, e até sou receptivo à existência de uma Constituição Europeia, mas no que respeita a esta questão o que os politicos de Bruxelas (sim, aqueles que nós elegemos) tem feito é "marimbar-se" para os cidadãos da Europa. E aqueles que se deram ao trabalho de expor devidamente as suas posições já ganharam um refendo e vão ganha outro na 4.ª feira na Holanda.
Os defensores do "sim" têm de começar a explicar aos cidadãos porque é que nos é mais favorável alterar a nossa situação politico-constituicional actual por uma outra cujo teor e, fundamentalmente, implicações futuras desconhecemos. Os defensores do "não" apresentaram a versão deles, com todos os maleficíos que eles dizem que existem, e dai já tiraram dividendos. Os defensores do "sim", nomeadamente os portugueses, que têm o ónus do seu lado pois são eles que querem alterar a situação actual, ainda não se deram ao trabalho e continuam a tratar-nos como cordeiros que na hora de votar vamos obedecer às posições adoptadas pelos nossos respectivos partidos.

Pela parte que me toca, estou decidido: ou me explicam muito bem o teor e implicações que esta Constituição trará para o pais, bem como, as grandes qualidades que ela deve ter ou vou continuar a preferir a "velhinha" Constituição da Républica Portuguesa que, apesar de carregada de recalcamentos do PREC, é nossa e tem servido muito bem.

Sem comentários: