quinta-feira, outubro 14, 2004

Eu, quando for grande...


Quando for grande quero ter uma gasolineira só para mim. É o melhor negócio do mundo. Implemento uma infra-estrutura à beira de uma estrada, contrato meia dúzias de jovens que recruto num qualquer instituto de emprego, pago-lhes o ordenado mínimo e a partir dai é só explorar o negócio que tem um nível de rentabilidade brutal. Ganho, em média, 5/8 cêntimos por cada litro de combustivel vendido e a partir de certa altura aquilo quase que fica em auto-gestão.

Se, porventura, vierem tempos em que os lucros me pareçam reduzidos faço como a Galp e aumento o preço dos combustiveis duas vezes na mesma semana se for preciso. Afinal de contas, o combustivel é um produto de grande e constante procura, logo, os consumidores "comem e calam". Como não existe qualquer tipo de regulamentação séria desta actividade, até me posso juntar com a concorrência, imputar todas as culpas no preço do petroleo nos mercados internacionais e combinar aumentos sucessivos e alternados (não vá alguém pensar que existe aqui uma qualquer prática concertada), e num ano podemos aumentar o preço da gasolina 0,15€ e o gasóleo mais de 0,20€. Afinal de contas, e por muito que refilem, haverá sempre otários que irão abastecer-se lá ao posto.

É tão bom ser empresário do ramo petrolifero em Portugal.

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