Era uma vez uma professora de uma escola básica, com cinquenta e poucos anos, que repreendeu um aluno de treze anos no recreio por este estar a atirar cascas de uma qualquer fruta para o chão. Como este fez "orelhas moucas" ao que ela dizia, ela obrigou-o a apanhar as referidas cascas. Ele, colocado perante esta situação, fugiu. Se a história acabasse aqui seria mais um exemplo de falta de respeito e educação de um miudo mas não vinha mal ao mundo por isso.
O problema surge porque a história não acaba aqui. Pouco depois entram pela escola dentro familiares do miudo em causa que se dirigem à professora e começam a agredir, nomeadamente na cabeça, e só acabam quando são dominados por outros elementos do corpo docente. A senhora teve de receber tratamento hospitalar.
Isto passou-se 6.ª feira no Lumiar, numa escola que fica no meio da cidade de Lisboa. Hoje a escola está fechada, por iniciativa dos professores, para chamar a atenção para estas situações.
Depois das tristes cenas que vimos a semana passada na televisão numa reportagem efectuada com câmaras ocultas, também numa escola nos arredores de Lisboa, importa saber como lidar com estas situações. Concerteza que tal não é fácil nem ninguém tem a varinha de condão que vai resolver estes problemas todos mas, está visto, que a passividade só levará à radicalização destes casos.
É sabido que não se pode contar com os politicos para combater estas situações porque haverá sempre alguém que vem falar em integração, discriminação (atenção que não estou a falar de raças), educação e outras, enfim direitos. Direitos daqueles que sucessivamente provam que não são merecedores de os terem. E normalmente são penalizados aqueles que merecem toda a nossa consideração. Porém se alguém quiser tomar uma inicativa para combater este estado de coisas será confrontado com "falta de meios" sejam lá eles quais forem desde que sejam necessários.
Eu frequentei, há vinte anos, uma escola secundária nos arredores de Lisboa, onde existia todo o género de pessoas, marginais inclusivé, onde era arriscado ir para trás de determinados pavilhões quando escurecia, onde existia droga, etc., mas não me recordo que existirem situações como aquelas que presenciamos hoje, nomeadamente com muidos de muito tenra idade. Hoje não respeitam nada nem ninguém, logo não vejo porque diabo é que têm de ser respeitados. Vamos aturar os seus abusos para eles não se tornarem marginais? Esqueçam, nestes casos já não há volta a dar, eles vão ser marginais. Vamo-nos esforçar para os integrar socialmente? Porquê? Porque carga de água é que eu quero pertencer à mesma sociedade que estes individuos? Eu não desejo mal aqueles que quero bem.
Julgo que tem de ser a própria sociedade civil, como um só e sem excepções, a sair de trás da cortina e a tomar iniciativas que condenem estas situações. Se eles se vangloriam de ser marginais vamos tratá-los como tal, deixá-los no canto sozinhos, ignorá-los de forma consciente para que eles saibam que não são vitimas de nada a não ser de si próprios.
Deviam ser os pais de todos os muídos que estudam naquela escola do Lumiar, que hoje não tiveram aulas, a colocarem-se publicamente ao lado dos professores e a condenar, se rodeios, aqueles que efectuaram as agressões. Era um princípio.
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